

cerâmica contemporânea aborda poemas de Jorge Luis Borges
MEMORIAL DESCRITIVO
O Projeto ANVERSO... REVERSO... em cerâmica para homenagear o poeta Jorge Luis Borges desenvolvido por três capixabas, Mariana Barroso, Penha Schirmer e Teresa Drago refere-se basicamente a sensibilidade que a falta de visão do Poeta o obrigou a evidenciar, aguçar o sentido do som e aprender a ouvir seu silencio interno. Sua curiosidade o fazia ler enciclopedias e sua sensibilidade a ditar poesias sobre esse conhecimento internacionalizado em si. Nesse caso o objeto que não se pode ver, mas cheio de palavras é com o mundo de Borges.
Jorge Luís Borges (1899-1986) foi um poeta escritor argentino, considerado uma das maiores expressões literárias de seu país.
Jorge Luís Borges nasceu em Buenos Aires. Sua família viajou para a Suíça em 1914, onde passou a viver até 1919, quando foi viver em Madrid.
De volta à Argentina, começou a publicar poemas de inspiração surrealista. Seu primeiro livro foi “Fervor de Buenos Aires” (1923). Em 1938, tornou-se bibliotecário para ganhar a vida. No mesmo ano, morreu seu pai e sofreu uma lesão que quase o levou à morte.
Em 1943, publicou uma das suas maiores obras: “O Aleph”, considerado pelo crítico Harold Bloom como uma das maiores obras literárias do ocidente. Na obra, Borges sugere imagens e espelhos onde o real confundia-se com a realidade.
Com a chegada de Juan Peron ao poder, Borges foi demitido e obrigado a sustentar-se com ajuda de amigos, que o indicaram para conferências e palestras. Em 1955, foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional.
A cegueira que lhe acometeu fez com que Borges vivesse em reclusão durante boa parte do fim de sua vida.
Leitor voraz, lecionou literatura inglesa na Universidade de Buenos Aires. Borges foi considerado um dos maiores especialistas da língua inglesa da América Latina.
Outras obras poéticas importantes de Borges: “Luna de Enfretante” (1925), Cuaderno de São Martin (1929), Poemas (1922-1943), só para citar algumas. As obras de prosa vale a pena ressaltar: “Inquisiciones” (1925), “História da Eternidade” (1936), “El jardín de senderos que se bifurcan” (1941).
Borges faleceu em 1986, aos 86 anos, em Buenos Aires.
Fonte: http://www.e-biografias.net/jorge_luis_borges/ Acesso em: 22/8/215 as 20:59pm
LABERINTO
Jorge Luis Borges
No habrá nunca una puerta. Estás adentro
Y el alcázar abarca el universo
Y no tiene ni anverso ni reverso
Ni externo muro ni secreto centro.
No esperes que el rigor de tu camino
Que tercamente se bifurca en otro
Que tercamente se bifurca en otro
Tendrá fin. Es de hierro tu destino
Como tu juez. No aguardes la embestida
Del toro que es un hombre y cuya extraña
Forma plural da horror a la maraña
De interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera
En el negro crepúsculo la fiera.
LABIRINTO
Jorge Luis Borges
Nunca haverá uma porta. Estás dentro
e o castelo compreende o universo
e não tem nem anverso nem reverso
nem muro externo nem centro oculto.
Não esperes que o rigor de teu caminho
que obstinadamente se bifurca em outro,
que obstinadamente se bifurca em outro,
terá fim. É de ferro teu destino
como teu juiz . Não esperes a investida
do touro que é um homen e cuja estranha
forma plural de horror a emaranhada
sem fim de pedra entrelaçada.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
no escuro crepúsculo a fera.
LABIRINTO
Jorge Luis Borges
Mai ci sarà una porta. Tu
sei dentro
e la fortezza è pari
all’universo
dove non è diritto nè
rovescio
nè muro esterno nè
segreto centro.
Non sperare che l’aspro
tuo cammino
che ciecamente si biforca
in due,
che ciecamente si biforca
in due,
abbia fine. E’ di ferro il tuo
destino,
così il giudice. Non
attendere l’urto
del toro umano la cui
strana forma
plurima colma d’orrore il
groviglio
dell’infinita pietra che
s’intreccia.
Non esiste. Non aspettarti
nulla. Neanche
nel nero annottare la fiera.